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Sei lá ,sabe?

Esta manhã na volta pra casa da faculdade, senti que o mundo me detestava.

As pessoas ao meu redor não se importam ...

Me senti só!

As lágrimas escorreram abundantes sobre a face. Abri a janela do ônibus. Permiti que o vento e o calor do tempo secassem-nas.

Os óculos cobriam meus olhos. Ninguém perceberia que estavam encharcados.

Me culpei pelo meu estado, me desiludi e tirei todas as minhas esperanças. Me esvaziei. Estava só dentro de mim. Lá fora, estranhos.

As pessoas ao meu redor não se importam ...

Cadê meus amigos? Meus amores? Onde está a quem penso que amo! Me ama? Nem me lembra, suponho!

Não os tenho. Não os cultivo. Sem perceber os perco, os afasto.

Quem sou eu, afinal? Quantas pessoas existem em mim? Qual delas me dominará, qual delas me domina? Quem será meu verdadeiro Eu? Porque esconde-se entre tantos modos de ser e não se sobrepõe ao mundo, mostrando sua real face?

Como escapar da inconstância da minha existência se nem eu mesma me reconheço, nem sei o que sou, como sou. Quem sou?

Me procuro e encontro diferentes rostos, sorrisos e olhares, desejos e caprichos, sonhos e vontades.

Chorei e me permiti chorar para 'lavar a alma', sentir a angústia do momento e degustá-la, como quem saboreia um bom vinho. Envolta em pensamentos, me senti novamente solitária. Quem me ouviria e me entenderia? Não, eu quero um psicanalista. Ele sim me ajudará, me ouvirá como espero.

Não quero piedade, quero apoio, afeto. Quero auxílio para me libertar das amarras emocionais das minhas crises existenciais.

Não tenho amigos, não tenho amores, eles estão perdidos por aí, tentando me encontrar, mas eu me perdi e não sei onde estou. Como me achar?

Penso que o amo... Não o tenho. Quero-o, mas não o possuo. Esqueço-lhe para não magoar-me mais. As dores que me tomam não tem lugar para doer, espalham-se em minha essência e não as posso conter. Aparecem como trovões seguido a tempestades...

... Depois, o céu apresenta-se claro e harmonioso. estamos refeitos e parece-nos que nada aconteceu. Ficam apenas as marcas dos horrores passados, da sensação ruim que nos tomou ,as lembranças do que passou.

Chorei e me esvaziei. Sinto-me um grão no espaço. Soltei-me das rochas que me abrigavam, me aventurei e me deixei levar...

Estou só! Meus sentimentos se perderam nas reflexões sensatas, talvez pessimistas. Nada a que me apegar.

A vontade de querer se esvai... Me desnudo de qualquer pretensão.

Quem sou eu que preciso de você?

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